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Recuperação e Musealização

O projecto de musealização baseou-se numa ampla investigação que procurou articular informações tanto de natureza técnica, relativas ao fabrico e tingimento dos panos de lã e à construção de um espaço manufactureiro do séc. XVIII, como também de natureza arqueológica e histórica.

O programa museológico submeteu-se às pré-existências arqueológicas e arquitectónicas conservadas, tendo-se procurado integrá-las no espaço e no tempo e recriar os ambientes de trabalho manufactureiro. Devido às reutilizações que o edifício da Real Fábrica de Panos sofreu como fábrica, quartel, repartição pública e instalação de ensino superior, não foi possível a identificação integral dos espaços interiores, à excepção dos espaços ao nível do primeiro piso, que integram a área musealizada.

A intervenção arquitectónica realizada no Museu de Lanifícios enquadrou-se no projecto geral das instalações da Universidade e, embora de acesso delimitado, os espaços do Museu integram-se no quotidiano académico, o que constitui uma mais-valia pedagógica e cultural. O projecto de recuperação, restauro e musealização desta área foi elaborado pela Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial (APAI), tendo-se constituído deste modo o primeiro núcleo do Museu de Lanifícios, que foi inaugurado em 30 de Abril de 1992.

O projecto de musealização elaborado, para além de objectivos de natureza didáctica, decorrente da sua inserção na área de um estabelecimento de ensino superior, definiu como finalidades e metas a atingir a reconstituição do espaço e das estruturas de apoio a uma tinturaria manufactureira do séc. XVIII; a recolha e organização da informação sobre o percurso dos lanifícios na região, desde o séc. XVII até à actualidade; a salvaguarda de matérias-primas e instrumentos de trabalho e a identificação das fontes de energia, atendendo especialmente ao sistema hidráulico da região; o inventário tanto das estruturas fabris e dos produtos, incluindo amostras e anúncios, como dos dados objectivos sobre o mundo social da fábrica; o apoio à actividade industrial, pelo processo de consultas de amostras, patentes, debuxos e de experiências anónimas de adaptação tecnológica e, ainda, o apoio a eventuais núcleos museológicos locais.

Consulte a Ficha Técnica.
Consulte Planta do Núcleo da Real Fábrica de Panos.

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