PT | EN

 

Dia Internacional dos Monumentos e Sítios | 2025

Património Resiliente Face às Catástrofes e Conflitos

 

Notas Históricas:

As invasões francesas e a Covilhã (a Primeira Invasão em 1807-1808)

Até 1807, a monarquia portuguesa gozava de prosperidade comercial, devido à sua neutralidade nas disputas europeias. Contudo, com a decisão de Napoleão Bonaparte de forçar Portugal a se posicionar contra a Inglaterra, o reino viu-se obrigado a defender a unidade do seu império, que abrangia tanto os domínios continentais quanto ultramarinos.

A recusa de Portugal em seguir o Bloqueio Continental levou à declaração de guerra por parte de Napoleão em 1807. Isso resultou numa série de invasões ao território português, afetando diretamente a região da Beira Baixa, com destaque para a Covilhã, que esteve na rota das invasões francesas.

Durante a Primeira Invasão (1807-1808), as tropas francesas causaram grandes estragos à região da Cova da Beira, especialmente no verão de 1808. As tropas do General Loison “O Maneta”, estacionadas em Almeida, avançaram em direção à Guarda. Ao saber da aproximação inimiga, foram enviados avisos para a Covilhã e outras localidades ao redor para que se preparassem para a chegada das forças francesas.

O Juiz de Fora da Covilhã, Caetano de Mello da Gama Araújo e Azevedo, suspendeu as celebrações religiosas da cidade para organizar a defesa. O tenente-coronel Gregório Tavares reuniu cerca de 200 homens do recém-formado Regimento de Milícias da Covilhã, e os habitantes da vila, motivados pela vontade de defender o território, se agruparam para enfrentar o inimigo. No entanto, Loison não tinha a intenção de invadir a Covilhã, pois a vila estava afastada da estrada real e a sua posição geográfica ajudou a salvá-la de maiores danos.

Após acampar em Caria, as tropas francesas seguiram pela estrada real em direção à Capinha, passando pelo Fundão e Alpedrinha, onde cometeram um massacre que resultou na morte de 31 pessoas. Seguiram então por locais como Atalaia, Alcongosta e Sarzedas, antes de continuar a travessia seguindo a estrada por Abrantes, e ao longo do Tejo até chegarem à capital.

Diogo Fonseca, 2025

Link para as Visitas Guiadas à Real Fábrica de Panos nos dias 17 e 19 de abril.

Imagem: Pintura a óleo representando o embarque da Família Real Portuguesa para o Brasil, no Cais de Belém, em 27 de Novembro de 1807 (Delerive, Nicolas-Louis-Albert (Pintor), Museu Nacional dos Coches, Datação: 1807/1810, Dimensões (cm): Alt. 62,5 x Larg. 87,8.). Fonte: http://raiz.museusemonumentos.pt/DetalhesObra?id=148263&tipo=OBJ