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Trienal Internacional de Design da Covilhã

21de março a 21 de junho de 2025

Decorre durante os meses da Primavera a Trienal Internacional de Design da Covilhã, uma iniciativa municipal desenvolvida no âmbito do Plano de Ação das Cidades Criativas da UNESCO na área do Design, estatuto que a cidade obteve em 2021.

A iniciativa, que destaca e debate, a nível global, as melhores práticas do design como ferramenta de mediação entre os setores produtivos, os serviços e os territórios onde atuam, inicia a 21 de março (sexta-feira) e prolonga-se até dia 21 de junho. A inauguração prevê um plano de atividades que decorre ao longo de três dias (21, 22 e 23 de março) em vários pontos da cidade, incluindo na Universidade da Beira Interior (UBI), nomeadamente no Museu de Lanifícios e na Biblioteca Central.

A Trienal do Design da Covilhã no Museu de Lanifícios | 21 de março a 21 de junho

A exposição desdobra-se em dois espaços distintos, Núcleo da Real Fábrica de Panos e Núcleo da Real Fábrica Veiga, explorando duas grandes áreas temáticas ligadas à tradição e à inovação na indústria dos lanifícios:

Histórias Coloridas. Tingir com Receitas de Outros Tempos

📍Real Fábrica de Panos

🖊Curadoria: Rita Salvado, com a co-curadoria dos Investigadores do projeto REVIVE

Apresenta uma abordagem visual e informativa ao uso da cor nos têxteis regionais, desde as tonalidades naturais da lã aos corantes de origem vegetal e animal. A partir de documentos históricos, revisitou-se receitas do século XVIII, revelando os segredos dos mestres tintureiros e demonstrando o potencial do tingimento com corantes naturais.

Histórias Tecidas. Do Debuxo e do Cardado Covilhã

📍Real Fábrica Veiga 

🖊Curadoria: Rita Salvado, com a co-curadoria Ana Luísa Vidal e Helena Correia

Esta exposição explora o impacto do debuxo nos têxteis do quotidiano, permitindo ao público compreender a complexidade do design têxtil e a sua relação com a funcionalidade e a estética. A reflexão sobre os processos de fabrico dos lanifícios valoriza as propriedades singulares dos tecidos de lã e incentiva um consumo mais informado e sustentável.

A exposição estará patente até 21 de junho, acompanhada de uma programação complementar de workshops e seminários dedicados à arte do tingimento e à estrutura dos tecidos.

A Trienal, elemento central da estratégia do município na Rede de Cidades Criativas da UNESCO, pretende ser um evento transformador e disruptivo orientado para a promoção de uma cultura de design na cidade e na região e uma referência no calendário nacional de design, impulsionando a divulgação e o debate sobre design, inovação e criatividade em diversas disciplinas e territórios, fortalecendo a identidade do território como um polo de inovação e sustentabilidade.

Mais informações:
www.museu.ubi.pt | https://trienaldesigncovilha.pt/programa_2025/  


Projeto Matérias

Exposição «Ondulância»

26 NOV 2024 (17h30) > 8 MAR 2025 | Real Fábrica Veiga (Galeria)

 

No próximo dia 26 de novembro, pelas 17h30, na Galeria da Real Fábrica Veiga será inaugurada a instalação escultórica "Ondulância", um processo de criação artística colaborativa de Ana Mena em conjunto com os moradores do Bairro das Nogueiras e a comunidade da freguesia do Teixoso, na Covilhã, no âmbito do projeto Matérias, num cruzamento disciplinar na área das artes visuais e performativas.

O contacto com a comunidade foi estabelecido pela Praxé Blazquez (Beira Serra) e mantido através de um ciclo de oficinas performativas, dinamizadas por Sílvia Pinto Ferreira (Quarta Parede), intercaladas com oficinas têxteis coordenadas por Rita Salvado e dirigidas por Andreia Félix e João Lázaro (Museu de Lanifícios).

Partindo da tradição têxtil do concelho e do património material e imaterial, as oficinas proporcionaram momentos de reflexão sobre o saber-fazer. A partir de desperdícios têxteis das indústrias locais, nomeadamente das empresas Lança e A Penteadora, foi lançado o desafio aos participantes de criar fragmentos de tecelagem, que serviriam como matéria-prima para a realização da obra. A utilização de tecidos ou fios das fábricas parceiras não é apenas um gesto ecológico, mas também simbólico, ao representar a história e a realidade da região e ao promover um sentido de pertencimento

Destacando o papel transformador e participativo que a arte pode desempenhar em contextos locais, nas oficinas procurou-se refletir coletivamente ao explorar as relações que a arte pode ter do ponto de vista social, educativo e sustentável.

Matérias não é apenas uma iniciativa artística isolada. O projeto envolve ativamente, no processo artístico, os moradores do Bairro das Nogueiras e da freguesia do Teixoso, como alguns elementos da Grande Roda. Isso revela uma das principais características da arte, o de catalisar o envolvimento, ao gerar espaços de partilha e interação entre artistas e comunidades locais. Ao propor que os participantes criem fragmentos de tecelagem, o projeto dá voz à comunidade, valorizando as suas contribuições e integrando-as como coautoras da escultura.

Ao incorporar materiais que não tinham utilização para o seu primeiro objetivo, promove-se o reaproveitamento, ao reconsiderar hábitos de consumo e a reflexão sobre a sustentabilidade.

A parceria com instituições como a Beira Serra, a Quarta Parede, o Museu dos Lanifícios e as indústrias têxteis locais demonstra como a arte participativa pode ajudar a construir redes de colaboração. Essas parcerias tornam a arte mais acessível e conectam diferentes atores sociais e económicos, desde o setor industrial até as organizações culturais, criando uma rede de suporte para o desenvolvimento da comunidade.

A obra resultante deste processo não será apenas um objeto físico, mas um símbolo tangível da colaboração comunitária e da transformação local. A escultura não só estará num espaço, mas também carregará em si o significado de pertencimento, sustentabilidade e história coletiva, modificando a perceção do próprio bairro e fortalecendo o vínculo dos moradores com o local onde vivem.

O projeto Matérias exemplifica de modo claro como a arte participativa pode integrar e transformar comunidades, além de proporcionar um espaço de reflexão crítica sobre questões sociais, culturais e ambientais. A relação da arte com a comunidade, nesse contexto, é multifacetada, servindo tanto como uma plataforma para expressão coletiva quanto como um agente de mudança.

Ana Mena, 2024

Informações Utéis

Duração
De 26 de novembro de 2024 a 8 de março de 2025

Local
Núcleo da Real Fábrica / Centro de Interpretação dos Lanifícios e Rota da Lã Translana
Calçada do Biribau, s/n (ao Parque da Goldra), 6201-001 Covilhã
GPS: 40º 16' 37" N 7º 30' 29" W

Horário e Acesso
De terça a sábado, das 10h-13h e das 14h30-18h | Gratuito

Contactos
Telefone: + 352 275241411 (Chamada para a rede fixa nacional) | E-mail: muslan@ubi.pt